quarta-feira, 7 de abril de 2010

Um início

Um início.


Deste ponto em que me encontro, um início é o que preciso.

O osso já foi salto, já foi solto. Nunca exposto. Nunca espasmo.

Hoje o osso no esqueleto pode ficar torto se não for todo diálogo com o corpo. Pode parar. Pode bater. Pode ser só pó. Pode ser poste.

Um início sincero, depois de toda fera que passou os dentes em minha exposta carne, no meu espanto crônico.

Que espécie sou, se não me saio a mim mesmo?

Se não me saio de mim mesmo? De mim mínimo?

Meu corpo já chorou, gritou, sorriu, gozou, suou, sofreu...

Será que ele se foi e nem se percebeu?

Um novo início sem ser movediço.

Quem desarmou esse corpo que só queria amor? O amor?

Desarme o desastre, ouço.

Desamarre a cintura, ouço.

Demarque outro chão, ouço.

Desfaça os nós do corpo-alma, sussurro-me.

Será que não tem volta com asa deste precipício?

Não me precipito em rápidas conclusões, peço um novo início.

Faço um novo início ouvindo-me.

Um novo início sem denúncias ou nuvens cobrindo o sol.

A vida precisa de afetos para se iniciar.





A VIDA PRECISA SER LUBRIFICADA COM AFETOS PARA QUE NELA SE POSSA ENTRAR E SAIR, ENTRAR E SAIR, ENTRAR...

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