segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Aproximações

Escolhidos no dia... Acolhidos na noite...


No movimento dos astros e dos afetos

pelos mistérios do Universo,

constelam-se inesperadas construções...

Pausas no silêncio...Falas necessárias...

Encontros... Aproximações...



Em seus olhos

pequenas mandalas luminosas

pulsavam o reflexo da lâmpada-luz

acesa sobre o múltiplo corpo do desejo.

Seu olho tão perto...

Meu olhar tão dentro...

Seu peito tentando o aberto...

Meu coração tentando o lento...

Pulsações... Pulsações...

Nas línguas, nos mamilos, nas mãos...

Pulsações... Pulsações...

A vida se fazendo pulso

no impulso de si mesma.



O medo perdendo a visão

na pulsação do gosto do gozo visto.

Nos corpos outras visões...

Sonhos de cores vivas,

na líquida imaginação,

movimentando oníricas ondas:

Uma concha azul derramando

um mar salgado na areia doce...

Um déjà vu vestindo o espaço,

criando amplidões sem explicações

no instante de um momento nu.



O suor secando seu rio

e o tempo pontilhando reticências,

preparou a partida dos dois navios.

Cada qual com sua rota,

levando no convés da memória

uma mesma certeza:

no breve encontro

na cama da poesia

e na mesa da delicadeza,

o invisível náufrago,

que ambos traziam em si,

viu sua pequena ilha

se aumentar arquipélago

na profundidade do alimento

vindo de uma outra saliva,

de uma outra palavra.

Vindo do oceano da outra pele.