sexta-feira, 21 de outubro de 2011

SEM URGÊNCIA

APRENDI QUE O QUE É IMPORTANTE

NÃO PRECISA SER URGENTE.

ISSO ME FEZ PENSAR EM MUITA COISA,

NO AMOR, NA VIDA, NA GENTE.

ME FEZ SENTIR QUE O SOFRIMENTO

É SEMPRE FORÇAR O TEMPO PRESENTE.

NÃO ADIANTA QUERER TER NA BOCA

O FRUTO QUE AINDA ESTÁ GUARDADO NA SEMENTE.

NÃO ADIANTA QUERER NO AGORA,

SE O TEMPO AINDA GERA NOSSO INSTANTE NO VENTRE.

É TOLICE O CORAÇÃO ACELERAR,

A MÃO SUAR, CHORAR OU RANGER OS DENTES.

BASTA FICAR EM SILÊNCIO E ESPERAR,

DE CORAÇÃO ABERTO, O IMPORTANTE CHEGAR.

O QUE É IMPORTANTE SEMPRE CHEGA,

POIS É DENTRO DA GENTE O SEU LUGAR.

O QUE É IMPORTANTE É SEMPRE AQUILO

QUE FAZ NOSSA ALMA SE TRANSFORMAR.

Somos uma invenção da vida

A gente pensa que age, mas é o movimento da Vida que gera a nossa ação. A gente pensa que vai, mas é a Vida que vem em nossa direção. A gente se fecha na fantasia de criar o "nosso caminho" ao invés de se abrir e deixar a Vida caminhar em nós. A gente pensa que se inventa e nem se dá conta que a Vida já nos inventou vivos.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

sustentabilidade

Ultimamente tanto se fala em desmatamentos de florestas, em desertificações, em ações humanas que geram desequilibrios ambientais. Tanto se fala da relação do homem com a Terra, mas tão pouco se fala da relação do homem com o outro homem. Nunca vi nenhum abaixo-assinado contra o aquecimento do individualismo e da indiferença em relação a dor alheia; nem passeatas contra a desertificação da vontade, do desejo e da potência transfomadora do homem. Nunca vi ninguém na rua protestando contra a ausência de amor e solidariedade nas relações humanas. Acho isso muito estranho. Tudo que o homem faz com a Terra tem o seu início naquilo que ele faz com o outro ao seu lado. O meio ambiente começa no espaço da relação entre as pessoas. Talvez, o maior desequilibrio ambiental que o homem esteja gerando nesse momento atual seja o de se distanciar do outro ser que está tão próximo. Talvez, antes de despoluirmos o ar, os rios, tenhamos que despoluir os nossos próprios olhos e o nosso próprio coração.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Todo eu é feito de matéria de nuvem

Entre nuvens flutuantes num céu dividido por olhos cegos, uma ilha de pedras agudas ocupa o lugar da consciência do eu no agora.


Concretudes inventadas... Nominações equivocadas...

Matérias e nomes para ocupar o mistério dos espaços do falso nada.

Tolas tentativas de preenchimentos de um tempo entre falsas fronteiras.

E o encouraçamento do peito produzindo uma armadura desnecessária.

Diante desta força avessa da imaginação, a idéia de um golpe fatal se faz presente na mente embriagada pelo medo imposto.

A fantasia do fim ocupa o espaço do permanente fato do constante início.

O ar passando pelas brechas das asas dos pássaros e dos galhos das árvores; o fogo das tochas das cavernas ancestrais iluminando a memória dos sonhos noturnos; a pele trocada no topo da montanha do corpo iluminado pelo sol diário e tudo que o instante mágico a cada instante gera com suas mãos de criadora potência luminosa, passa despercebido aos olhos dos sentidos enganados pela estreiteza das pálpebras tristes deste eu receoso.

O acolhimento da generosidade do outro, gerado no útero do senso de humanidade, é negado para evitar erosões e vulcões no minúsculo espaço de terra onde o eu em desequilíbrio pisa com seus disfarces de imponência.

Na falta de um Deus com asas, deuses de muletas ocupam os espaços sagrados, destinados a dar lupas e lunetas aos olhos cansados.

Essa cegueira só cria mais fantasmas, distâncias e ilusões de vazios.

Sem se entregar aos terremotos na superfície da alma é impossível ver nascer novos continentes na geografia de um eu que tremula solitário como uma bandeira de um país que foi vencido pela força de armas invisíveis de um inimigo imaginário.

Há um céu que se expande nesse agora no qual o eu presente em pulso, pensamento e emoção se faz vida.

Acordar a mentira que dorme confortável na cama da verdade é a única saída para que o eu se dilate entre as nuvens que ensinam a arte das flutuações e da percepção do agora.

Todo eu é uma negação do si mesmo feito de nuvens.

Todo eu é feito de matéria de nuvem no céu do agora.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vestido de orquídea.

Passei sem querer na rua que aprendi o descaminho do poeta.
Enquanto espereva meu destino rumo ao sul de tudo pelo ônibus da noite,
uma abelha com veneno de poesia me picou nas veias.
Minha barba malfeita assustava as crianças com chupetas amarelas que faziam graças de clown.
Não sou um açougue ambulante no qual os orgãos estão pendurados esperando churrascos sexuais.
Sou um desarranjo de anjo que sente a vida no trapézio dos afetos.
Sou o elefante do circo que em furia de liberdade derrubou a lona do circo moral.
Animal Humano sou em sorrisos e soluços. Em tropeços e transcendências,Sou.
Sou uma alma que se recusa a ver pedras no coração da flor.
Sou uma flor que tira as pedras do peito com os próprios espinhos.
Hoje sai para o mundo vestido de orquídea.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nova utopia

Hoje cai na real.


Pega mal dizer,

reclamar

que tudo é

solidão,

tédio, apatia.

Todo mundo

só quer ver

no espelho

a cara à toa

a cara tola

a casca da alegria.

Cada qual

com sua rolha,

seu ralo

e sua estúpida

garantia.

de viver,

como verdade,

sua própria

fantasia.

Cada qual

sem o seu qual.

Dando laço

no seu caos.

Falsificando

o tao

no dia a dia.

Que tal mudar

a cara, a cura, a tara

e criar uma nova

utopia?

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A morte da tristeza

Eu não pude fazer nada. Ela sentou-se ao meu lado, com a gilete na mão, e cortou os próprios pulsos. Eu não pude fazer nada. Minha tristeza de tão triste de só dizer não para tudo, resolveu dar fim a sua própria existência. E eu não fiz nada para detê-la. Só olhei pra ela e a vi empalidecer, empalidecer, empalidecer até morrer. Foi assim, de repente, cansada de si mesma, minha tristeza suicidou-se. Com a morte da tristeza, a face da minha alegria ficou mais corada. Com a morte da tristeza, minha vida ganhou outra cor, uma cor mais viva, pulsante e iluminada. Sem luto e sem luta, agora posso fazer tudo. Principalmente voltar a sorrir. Inclusive para aqueles que, um dia, colocaram essa tristeza para viver tão perto de mim. Agora, dançando com a minha alegria, para tudo na vida eu digo, gentilmente, Sim.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Vôo novo

Ontem morri cedo. Mas era tarde. Sentei na sarjeta e chorei ferrugem.


A vida de repente nasceu como delicado broto na palma da mão.

Como frágil semente de feijão acordando no algodão da nuvem.

Ontem nasci tarde. Mas ainda era cedo para acolher na asa, a pena do vôo novo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

SEM URGÊNCIA

APRENDI QUE O QUE É IMPORTANTE

NÃO PRECISA SER URGENTE.

ISSO ME FEZ PENSAR EM MUITA COISA,

NO AMOR, NA VIDA, EM TANTA GENTE.

ME FEZ SENTIR QUE O SOFRIMENTO

É SEMPRE FORÇAR O TEMPO PRESENTE.

NÃO ADIANTA QUERER TER NA BOCA

O FRUTO QUE AINDA ESTÁ GUARDADO NA SEMENTE.

NÃO ADIANTA QUERER NO AGORA,

SE O TEMPO AINDA GERA NOSSO INSTANTE NO VENTRE.

É TOLICE O CORAÇÃO ACELERAR,

A MÃO SUAR, CHORAR OU RANGER OS DENTES.

BASTA FICAR EM SILÊNCIO E ESPERAR,

DE CORAÇÃO ABERTO, O IMPORTANTE CHEGAR.

O QUE É IMPORTANTE SEMPRE CHEGA,

POIS É DENTRO DA GENTE O SEU LUGAR.

O QUE É IMPORTANTE É SEMPRE AQUILO

QUE FAZ NOSSA ALMA SE TRANSFORMAR.

É SEMPRE AQUILO QUE NÂO DEIXA

O SENTIMENTO DO NADA NOS APRISIONAR.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O ninho do pássaro Fenix

Só se trasforma em cinzas aquilo que um dia teve chamas.

A memória é o lugar onde se guarda o calor do fogo que já passou.
Na memória há uma fogueira que nos protege do frio do esquecimento
Ter memória é um jeito de não esfriar a alma com a passagem do tempo.