Escolhidos no dia... Acolhidos na noite...
No movimento dos astros e dos afetos
pelos mistérios do Universo,
constelam-se inesperadas construções...
Pausas no silêncio...Falas necessárias...
Encontros... Aproximações...
Em seus olhos
pequenas mandalas luminosas
pulsavam o reflexo da lâmpada-luz
acesa sobre o múltiplo corpo do desejo.
Seu olho tão perto...
Meu olhar tão dentro...
Seu peito tentando o aberto...
Meu coração tentando o lento...
Pulsações... Pulsações...
Nas línguas, nos mamilos, nas mãos...
Pulsações... Pulsações...
A vida se fazendo pulso
no impulso de si mesma.
O medo perdendo a visão
na pulsação do gosto do gozo visto.
Nos corpos outras visões...
Sonhos de cores vivas,
na líquida imaginação,
movimentando oníricas ondas:
Uma concha azul derramando
um mar salgado na areia doce...
Um déjà vu vestindo o espaço,
criando amplidões sem explicações
no instante de um momento nu.
O suor secando seu rio
e o tempo pontilhando reticências,
preparou a partida dos dois navios.
Cada qual com sua rota,
levando no convés da memória
uma mesma certeza:
no breve encontro
na cama da poesia
e na mesa da delicadeza,
o invisível náufrago,
que ambos traziam em si,
viu sua pequena ilha
se aumentar arquipélago
na profundidade do alimento
vindo de uma outra saliva,
de uma outra palavra.
Vindo do oceano da outra pele.
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