Sinto a força de oceanos borbulhando dentro de mim.
Um mar e suas encostas rochosas
se movimenta pelas minhas vértebras e artérias porosas.
Deságuo-me em águas incertas pelos desapelos da pessoa encoberta.
Os pensamentos cansados vertem suores pela testa.
Na caixa torácica uma emoção sem nome certo
e com raízes em abandonos abissais,
se expande e se encolhe em movimento de ondas.
Contrações e expansões de marés involuntárias
criam momentos de aperto e de falso alivio no órgão cardíaco.
Neste coração que se partiu ancorado na dor
de um amor que viu quebrar-se o seu farol,
um corpo respira como se fosse um solitário peixe no escuro.
Quando enganado por Netuno, Eros sempre acaba em solidão.
Nos excessos das emoções afogadas em densas águas,
só as lágrimas criam os olhos para uma nova terra à vista.
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