TEMPESTADE

SOU UM POETA ENTRE TEMPESTADES.


MINHA POESIA É FEITA DO MOVIMENTO DO VENTO.

VEJO EM TODO DESEJO DE AVANÇO PARA LIBERDADE

O MEDO IMPULSIONAR RECUOS.

É ATÉ COMPREENSÍVEL.

TODAS AS NOVAS RUAS SÃO LARGAS E UM POUCO ESCURAS

NOS PRIMEIROS PASSOS NOVOS.

LEVA TEMPO O CORPO SE CRIAR E OS OLHOS ENXERGAREM.


SOZINHOS, SEM CONTORNOS E COM VISÃO CEGA,

MESMO COM OS PÉS NO MEDO, PRECISAMOS CAMINHAR.

O VENTO DA ALMA SEMPRE QUER SEGUIR PARA FRENTE.

NOS CAMINHOS E DESCAMINHOS NOVOS

PEÇO COLO PARA MINHA DOCE LOUCURA.

E, AS VEZES, ENTRE BALAS PERDIDAS NO FAROESTE DOS AFETOS,

UMA VOZ ME ACOLHE, UMA MÃO ME TOCA.UM OUTRO SURGE.

TOCADO E ACOLHIDO, ME RECOLHO EM ALGO PARECIDO COM PAZ.

MAS NEM SEMPRE O OUTRO VÊM, E MESMO ASSIM, TEMOS QUE IR.

NÃO SEI DE QUE LADO VEIO O RAIO AGORA.

SÓ SEI QUE ELE CAIU CERTEIRO NESTA MINHA RAZÃO PRECÁRIA

DE QUERER ENTENDER O QUE ESTÁ ACONTECENDO COMIGO

NESTE INSTANTE QUE GIRO NO MEIO DO VENDAVAL.

COMO PERMANECER NA TOLICE DE CULTIVAR DEFINIÇÕES?

COMO PERMANECER NA IDÉIA DE DIZER SIM OU NÃO

ANTES DE VER AS COISAS SEM QUE AS COISAS SEJAM?

TUDO QUE COMPRREENDO COMO VERDADE, É MEIO FALSO.

TUDO QUE COMPREENDO COMO FALSO, É MEIO VERDADEIRO.

A ÚNICA COISA CERTA QUE SEI, É QUE TENHO UM DESEJO IMENSO

DE SER UM SER INTEIRO.

SEJA LÁ O QUE ISSO SIGNIFICA, SIGNO FAÇA

OU ME COLOQUE NA FACE A MÁSCARA DE SÍSIFO.

PELOS CAMINHOS E DESCAMINHOS IDOS APRENDI

A NÃO TER MEDO DAS MONTANHAS.

PICOS E ABISMOS ME SÃO NATURAIS.

FAZEM PARTE DA NATUREZA QUE ME CRIOU.

SINTO MUITO VENTO EM MIM AGORA.

ALGO ESTÁ SEMPRE ME SOPRANDO PARA FRENTE.

ALGO ME QUER MAIS ALTO, MESMO COM O RISCO DA QUEDA.